sábado, 26 de março de 2011

//Algumas Palavras: O Profissional que busco ser...

Esta semana, no facebook do Joélio, vi o vídeo da Madonna (abaixo), na turnê Sticky & Sweet Tour, em Tel Aviv, Israel.

No vídeo, ela está cantando a música Beat Goes On, observa que o palco está molhado (aos 45 segundos do vídeo) e avisa a um dos responsáveis para que o mesmo vá lá e seque o palco (dos 50 aos 55 segundos). Enquanto isso, ela segue a apresentação, quando retorna ao centro do palco percebe que o chão ainda está molhado (1 minuto e 38 segundos). Ao invés de chamar novamente o assistente, vai lá atrás, cantando, pega um pano, cantando, seca o chão, cantando. E então, com o chão seco, continua a apresentação.


O que quero dizer com isso? “Nossa, Madonna se abaixou e secou o chão?”. Claro que não, pois aí seria muita estupidez de minha parte. O que quero mostrar é o que eu sempre admirei em Madonna e me inspirou a ser o profissional que busco ser.

Sou designer, a essência do meu trabalho é CRIAR. Mas, gosto de ir além. No meu entender, um profissional deve ir além do que é sua responsabilidade principal. É o tipo de profissional que busco ser, alguém que se envolve com o processo criativo, com o cliente e está atento ao que está acontecendo ao seu redor.

Quando Madonna observa a água no palco e, depois, o seca ela mesma, não é frescura de artista que não pode ver um chão molhado. Pelo contrário, tal atitude mostra seu nível de envolvimento com todo o processo do show. Misturar chão molhado com dançarinos que desafiam a gravidade não é legal. Ela sabe os riscos que corre junto com sua equipe, e todos devem evitar um acidente grave.

Estar ali cantando, se apresentando, não a impede de estar conectada com tudo que acontece ao seu redor e perceber as necessidades para que o seu show possa fluir da melhor forma possível e propiciar a seus fãs momentos que para sempre serão guardados.

Quando crio, busco o mesmo, quero criar algo que meu cliente se apaixone, estou fazendo parte de um sonho dele, um momento importante da sua vida, do qual me permitiu fazer parte. É como a interação Madonna/Fãs. Madonna é talentosa, mas não seria quem é se não tivesse os fãs para lhe dar suporte e apoio. Em resposta a isto, traz em seus shows muita energia e muito profissionalismo.

Posso ser talentoso, mas meu talento sozinho não é nada se não houver pessoas que acreditam no que eu faço. Pessoas que me permitam fazer parte de suas aspirações, seus desejos, ambições e sonhos. E por ter esta honra, é que busco ser um profissional que vai além e que se for preciso pegar o pano e secar o chão, assim o farei.

Muita gente fala que Madonna tornou-se a pessoa que é porque é uma excelente “marketeira”. Sim, ela faz estratégias de marketing excelentes, mas antes de tudo, eu diria que Madonna tornou-se o que é porque ela é uma excelente profissional. O tipo de profissional que busco ser, do tipo que sempre se desafia, que não se acomoda no conforto do já conquistado, mas que se reinventa, ousa, arrisca. O tipo de profissional que se alia às pessoas certas para alcançar os melhores resultados.

Com minha mãe, tive os primeiros passos do tipo de profissional que quero ser. Ela me mostrou que para conquistar o meu espaço, respeitar e ser responsável é primordial. Com Madonna, entendi a importância de ir além do esperado. Com o meu talento, entendi que posso ser o profissional que desejar me tornar e ser muito bem pago, pois isso faz parte do processo, não é mesmo?

Red Kisses,

Chris, The Red

2 comentários:

Anônimo disse...

Achei interessante, não sabia que Madona se despia de seu manto de rainha, e vinha fazer serviços que somente aos súditos são cabíveis, em geral. Acho que compreendi a comparação que produzistes a respeito do teu trabalho profissional, do envolvimento a que te propões, então achei isso tudo muito especial. Apenas quero lembrar, quanto a web design, trata-se de um movimento bem diferente do design, e o design, por sua vez, bem mais diferente ainda que a arte, o artista, o profissional de arte. Penso que design ou webdesign são, no fundo a mesma sigla: dar forma a instrumentos poderosos que atendam, através desses mecanismos quase sempre visuais, a interesses de terceiros, ou seja, bem distante de arte em sua concepção mais profunda. Arte pela arte é o conceito profundo. Design precisa ter meaning, precisa ter significado, precisa ter argumentos, razões, explicações, enfim. Mas achei super válida a comparação, porque acho que todo aquele que se inspira em uma pessoa de sucesso, numa mentora do porte de Madona, tem tudo na vida para dar passos fantásticos, então parabenizo você, Christian, pelo seu mentor, pela sua prática profissional que aprendi a admirar. Abração. Curta o link http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://nickmartins.com.br/atualidades/wp-content/uploads/2009/11/madona09102008g.jpg&imgrefurl=http://nickmartins.com.br/atualidades/%3Ftag%3Dmadona&h=544&w=550&sz=60&tbnid=Tni7G8cD277o3M:&tbnh=132&tbnw=133&prev=/images%3Fq%3Dmadona&zoom=1&q=madona&hl=pt-BR&usg=__6jXM571M1Q7btiKcKGT7hJh0za0=&sa=X&ei=dTeVTZiQLPCP0QGYid3vCw&ved=0CFQQ9QEwCQ RG

Chris, The Red disse...

Oi, Anônimo!

Obrigado por ter comentando. No entanto, permita-me uma correção. Eu não sou webdesigner. Eu sou designer e o design de web é apenas uma das áreas que em que desenvolvo minhas criações de arte. Arte sim, pois design é arte também. Arte não é uma definição absoluta. Arte é a transformação de ideias, de sonhos, de desejos nas mais diferentes formas.

A arte atinge os mais diferentes níveis de concepção. Então, permitar-me discordar de que design (seja qual área gráfico ou web - minhas áreas de criação) e arte caminham separados. Pelo contrário, estão mais juntos que nunca. A história do design está inserida na história da arte, vide a arte gráfica de Toulousse-Lautrec, que transformou a história do design gráfico e, por conseqüência, a história da arte.

Design e arte são parte de um todo, de uma história. E não se separa um do outro.

Abraços, Anônimo e mais uma vez obrigado pelo comentário.